sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Madadayo 1993 full completo Legendado Português BR

Madadayo 1993 full completo Legendado Português BR

A VERDADEIRA HISTÓRIA DE JESUS MENINO- PARTE- II





XVI-

Deus ouviu

E resolveu ajudar

Jesus menino

Pois os romanos

Tinham cometido um ledo

E cruel engano


E a responsabilidade por tudo acontecido


Foi dos fariseus


Falsos homens bons


Que queriam


responsabilizá-lo


por algo não cometido


Pois o verdadeiro

fascinora e bandido

O bandido morava

Morava ao lado do seu barraco

confundido e delatado


por maldito e hipócrita fariseu

Sendo que uma arma do seu pai

Foi achada

Os romanos não tiveram culpa

Era seu cruel

Destino de Jesus menino

 

 

 

 

 

 

 

 

 

XVII-

 

Seu pai

Javeh

É bom para os bons

E castiga justamente

Discípulos e adoradores de Baal

E deU a Jesus Menino

Um presente

Não de grego.

 

XVIII-

 

Uma pistola com doze

Balas no pente

E o menino Jesus

Gostou da dádiva.

 

XIX-

 

Que ele acreditava

Ter vindo dos céus

Pois o dia em que achou

Um revolver prateado

Na capoeira

No meio do mato

Era o dia de Natal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

XX-

 

Encontrou o presente

No meio do mato

Exatamente a meia-noite

E quem dera o presente

Realmente não era Deus

Pois Javeh deseja justiça

Nunca vingança

E muito menos

Com uma pobre

E desgraçada criança.

 

 

XXI-

 

 

Quem o enganara

Foi um demônio

Fingindo ser Deus

E seu nome

Já rima com o mal

O babilônico

E sanguinário

Baal.

 

XXII-

 

Ludibriado e enganado

Pensava ser

Um anjo vingador

A serviço de seu pai

Jeová

Mas fora iludido

E servia como marionete.

 

 

 

XXIII-

 

 

E deste diabo

Maligno e sanguinário

E o usava como

Um passarinho preso

Na gaiola

Um endiabrado

e pobre canário.

 

 

XXIV-

 

 

Seu verdadeiro pai

O olhava no céu

E tendo as nuvens

Como chapéu

Ou melhor

Já que era um mano

Uma bonita

E importada bombeta.

 

 

XXV-

E se fez uma disputa

Por sua alma

Entre o demônio

E seu pai Javeh

E como era Jesus menino

Sabia qual era seu triste

E trágico destino.

 

 

 

 

 

XXVI-

 

De pistola na mão

Tendo em sangue

Seu pobre e injustiçado coração

Resolveu ganhar algum

Com o presente do maligno

E a intenção de Baal

Sempre e fazer não o bem

Mas seu prazeroso

e sanguinário mal.

 

 

XXVII-

 

Era madrugada de natal

E o iludido

E marionete de Baal

Resolveu praticar

Um assalto

Sozinho ele

E o danado

Pensando estar

Acompanhado por Deus

Doce e triste ilusão

De Jesus menino.

 

 

XXVIII-

A armadilha do mal

Fora lançada

E o menino Jesus

Caira na rede

Como peixe

E de arma na mão

Iniciou a sua trilha

E seu trágico destino

De Jesus menino.

XXIX-

 

Como sempre

O diabo engana

Aquele que o serve

A sua recompensa

Sempre será

Sua dor

Uma bela e prolongada cana.

 

XXX-

 

Da primeira vez o dano

Serve ao pobre

E ao seu freguês

E assim um belo

E sucedido assalto se fez

E roubando um casal de velhinho

Foi como tirar doce

De uma criança.

 

XXXI-

 

A fita foi à seguinte.

Em altas horas da madrugada

Na movimentada

Mas na madrugada

Uma deserta e perigosíssima

Avenida Escola Politécnica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

XXXII-

 

Esperou as vitimas

Escondido em um matagal

E ao parar o carro

No vermelho e fatídico farol

Deu o bote da serpente

Com arma na mão

E doze balas no pente.

 

XXXIII-

 

Curtiu dois dias

De depressão e ressaca

E acordou
 sem dinheiro e nenhuma casaca

Resolveu partir para a segunda fita

Mal sabendo ele ser

Pobre e triste marionete

Daquele que prometi

Não mais dizer o nome.

 

XXXIV-

 

Desta vez resolveu chamar

Um parceiro nada fiel

E na campana no mato

No mesmo lugar

Do primeiro e muito

Bem sucedido fato.

Esperou a próxima vítima

E pensou que seria

Tão ou mais fácil

Do que a primeira vez

Só que agora

O sucesso não

Mas sim
a desgraça

Se fez.

XXXV-

 

Uma moto tipo ninja

Parou com o playboy

No mesmo farol

E no vacilo do motoqueiro
a cobra

Deu o bote

Mas desta vez

Errou e caiu
 feito burro.

 

XXXVI-

 

O cara era
 um policial civil

E além de ter a arma

Engripada na hora H

Levou uma bela

E bem merecida porrada

Que lhe levou

Alguns dos seus belos dentes.

 

XXXVII-

 

E conheceu assim

A recompensa daquele

A quem ilusoriamente servia
ao maldito

E nesta noite

Dormiu em cana

E com o nariz na privada

E os pés em uma suja

E embostada pia.

 

 

 

 

 

XXXVIII-

 

Quando o farol avermelhou

Na sinistra e chuvosa madrugada

Jesus menino

Com sede de vingança

E se achando instrumento de Deus

Deu o bote no casal de velhinhos

E assim iniciou

Sua longa história

A serviço do maligno

E sanguinário Baal.

 

XXXIX-

 

Se tornara em

Um anjo de asas negras

Nunca a serviço do bem

Sempre o executor

Daquele que não 
mais direi o nome

Dando a ele

Somente seus apelidos

Conhecido também

Porque não

De maldito e maligno

Cramunhão.

 

XL-

 

Como já disse antes

Seu futuro estava preparado

Pelo maldito e o Danado

E na primeira vez

Obteve um ilusório

E falso sucesso

E roubara dinheiro

Jóias e celular.

 

XLI-

 

E assim feliz

Fazendo também

O Praxedes sorrir

Resolveu a noite comemorar

Com dinheiro no bolso

E tendo o maligno

Como encosto.

 

XLII-

 

Era pretinho, pobre e franzino.

Mas o sistema o fez

Por algumas horas

Branco, bonito e pretensamente forte.

Com dinheiro no bolso

Relógio de ouro

E com banho de loja de Shopping.

 

XLIII-

 

De repente arrumou

Dezena de “verdadeiros” amigos

De olho na sua grana

E o elogiando a toda hora

 a todo momento.

E iludido pelo ego

E o dinheiro do Safado

Teve alguns momentos

De uma falsa e ilusória felicidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

XLIV-

 

Andou de taxi

Por todas as ruas

Em boates chiques
e espeluncas
 da cidade

E amou putas de luxo

E também todas
 da boca do lixo

E acordou sem nenhuma grana

Sem nenhum tostão a mais

Como em uma quarta-feira de cinzas

Depois de uma grande

e luxuosa orgia

e um curto e prazeroso
 carnaval.

 

XLV-

 

Como era de menor

Passou uma temporada

De férias na FEBEM

E lá encima seu pai

Chorou mas como

Seu legítimo filho

Resolveu salvá-lo

E mudar o seu trágico

E já escrito destino
Pois seu nome 
era
Jesus Menino.

 

 

 

 

 

 

 

 

XLVI-


A antiga FEBEM

Aonde dizem ser

A escola do crime

Ao contrario

De tudo e de todos

Mudou a sua trajetória

E seu trágico destino.
de um pobre
 Jesus menino.

 

 

XLVII-

 

E pelas mãos de seu

Verdadeiro pai Javeh

Na prisão como

Um menino Jesus

Se converteu em cristão

Por um ex- bandido

E hoje
 um iluminado pastor

 

 

XLVIII-

 

Que ao vê-lo

Assim o disse:

Filho meu

Não se espelhe

Em nenhum homem violento

Pois Deus
 que é pai de todos

Te ama muito.

 

 

 

 

XLIX-

 

E quer você

a seu serviço

Pois tem a aura

de um lindo

e negro iluminado

 Menino Jesus

Que por Deus

foi escolhido.

 

L-

 

Predestinado

A mudar o seu

E ao mundo de todos

Que em ti acreditarem

E a Deus assim

Por tuas mãos servir

És o tão esperado

Messias.

Nascido e criado

Em uma pobre favela

Tão distante e esquecida

Periferia

Nosso abençoado

E por todos muito amado
e tão esperado

Jesus Menino.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LI-

 

E assim se cumpriu

A profecia de Messias

Pois como ele
 menino Jesus

O redentor de seu povo

Não nasceu em uma mansão
do Morumbi

Mas sim aqui
 em uma favela

pobre do Jaguaré

E seu trágico destino

Por seu pai Javeh

Foi mudado

A fim de libertar seu povo

De toda a pobreza

Dando a nós todos

Um justo lugar

dos homens bons

O céu na Terra.

        

FIM.

AUTOR DA OBRA

João do Gueto.